08:21

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO BRASILEIRO

As novas regras ortográficas estão valendo desde o dia 1º de janeiro de 2009. De acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até 2012 valem as duas formas de escrever: a antiga e a nova. O objetivo da Reforma Ortográfica é acabar com as diferenças entre a grafia do Brasil e a dos demais países em que a língua portuguesa é o idioma oficial.

Atualmente, o Portugês é falado por cerca de 230 milhões de pessoas no mundo, em oito países diferentes, entre eles Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.

VEJA A SEGUIR AS NOVAS REGRAS:

Mudanças no alfabeto
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram introduzidas as letras k, w,y. O alfabeto completo passa a ser:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

As letras k (cá), w (dáblio), y (ípsilon), que, na verdade, não tinham desaparecido dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações, como, por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt).
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.


Trema
Caiu o trema, sinal (¨) colocado sobre a letra U para indicar que ela era pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui. Agora devemos escrever: tranquilo, sequência, sequestro, quinquênio, eloquente, equestre, cinquenta, linguiça, ensanguentado, arguir, delinquente, frequente, bilíngue etc.

Obs.: Permanece apenas nas palavras estrangeiras que já tinham o trema e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.


Mudanças nas regras de acentuação

1. Cai o acento dos ditongos abertos éi, ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba). Agora devemos escrever: plateia, ideia, assembleia, jiboia, (eu) estreio, (ele) estreia, joia, celuloide, paranoico, heroico etc.
Obs.: As palavras oxítonas (que têm acento tônico na última sílaba), terminadas em éis, éu, éus, ói, óis, e as palavras monossílabas tônicas que contêm esses ditongos abertos continuam a ser acentuadas. Exemplos: papéis, chapéu, chapéus, herói, heróis, céu, céus.

2. Nas palavras paroxítonas, cai o acento no I e U tônicos quando vierem depois de um ditongo. Agora devemos escrever: feiura, baiuca etc.
Obs.: Se a palavra for oxítona e o I ou o U estiverem em posição final (ou seguidos de S), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí, Jundiaí.

3. Cai o acento das palavras terminadas em eem, oo, oos. Agora devemos escrever: veem, leem, deem, creem, abençoo, voo, voos, enjoo etc.

4. Cai o acento agudo no U tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o verbo redarguir.

5. Cai o acento que diferenciava os pares de palavras: pára - para / pólo(s) - polo(s) / péla(s) - pela(s) / pêra - pera / pêlo(s) - pelo(s). Agora, em qualquer situação, escreve-se: para, polo (s), pela (s) , pera, pelo (s).

Observações:
(1) Permanece o acento diferencial em pôde / pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder. Pode é a forma do presente.

(2) Permanece o acento diferencial em pôr / por. Pôr é verbo. Por é preposição.

(3) Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir, etc.). Exemplos: ele tem - eles têm / ele vem - eles vêm / ele mantém - eles mantêm / ele convém - eles convêm / ele detém - eles detêm / ele intervém - eles intervêm.

(4) É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma / fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja:
Pegue a forma do bolo. / Pegue a fôrma do bolo.


Uso do hífen
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo geral atualizado das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, incluindo as novas orientações estabelecidas pelo Acordo.
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, tais como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice, etc.
- Regra básica:
Sempre se usa o hífen diante de H: anti-higiênico, super-homem, sobre-humano etc.
- Outros casos:
I - Prefixo terminado em vogal:
1. Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo, autoestrada etc.
2. Sem hífen diante de consoante diferente de R/S:
anteprojeto, semicírculo, antipoluição, antipedagógico etc.
3. Sem hífen diante de R/S. Dobram-se essas letras:
antirracismo, antissocial, semirreta, ultrassom, minissaia etc.
4. Com hífen diante da mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas etc.


II - Prefixo terminado em consoante:
1. Com hífen diante da mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário etc.
2. Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico etc.
3. Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante etc.


Observações

1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por R: sub-região, sub-raça etc.
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por M, N e Vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por O: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.
5. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Ex.: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu etc.


Atenção:
(1)
Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani, como açu, guaçu e mirim: capim-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim etc.
(2) Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
(3) Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:
Na cidade, conta- O diretor foi receber os ex-
-se que ele foi viajar. -alunos.

0 comentários:

Postar um comentário